
12 TONS MAIS ESCUROS DE FLAMENGO
É difícil negar a grandeza e a expressão que o Flamengo possui no cenário futebolístico nacional. Seus mais de 40 milhões de torcedores e os diversos títulos conquistados nesses 121 anos traduzem sua brilhante história.
Porém, nem só de conquistas vive um clube. Nesse post, mostrarei os "12 tons mais escuros" de alguns casos que marcaram a trajetória do clube e que a mídia, por muitas vezes, resolveu esconder, muitos desses sem vir a tona e jogados para debaixo do tapete. Um assunto certamente polêmico, mas que não poderá passar em branco.

VEJA OS CASOS:
1911: Flamengo surge de uma briga interna do Fluminense (um clube sem origem própria).
No dia 3 de outubro, os dirigentes Borgerth, Othon Baena, Píndaro de Carvalho Rodrigues, Emmanuel Nery, Ernesto Amarante, Armando de Almeida (Galo), Orlando Mattos, Gustavo de Carvalho e Lawrence Andrews solicitaram desligamento do Fluminense.
De acordo com depoimentos, alguns rebelados tricolores, inclusive Borgerth, sugeriram uma simples adesão ao Botafogo, hipótese imediatamente afastada, pois o alvinegro, na época, era o inimigo número um, pois tinha se sagrado campeão carioca de 1910 e deveria ser o adversário a ser derrotado.
Antes do Flamengo, alguns aventaram a possibilidade de na cisão, irem reforçar o Paysandu, que a rigor só possuía dois bons jogadores, mas por ser um clube exclusivamente de ingleses, a hipótese foi vetada. “Vamos para o Flamengo”, concluiu o próprio Borgerth.
A cisão ocorrida em 1911 dentro do Fluminense teve como um de seus pivôs Borgerth. Somente a saída dos nove jogadores titulares do Flu para fundarem a seção terrestre do CRF não era suficiente.
Naquela época para que um clube de futebol vingar teria que fazer parte obrigatoriamente da Liga Metropolitana de Sports Athléticos e, para que isso ocorresse, dois obstáculos deveriam ser vencidos: o CRF teria que ter um campo de jogo e ainda deveria ser alterado o regulamento da Liga, que exigia para a disputa de qualquer campeonato pelo menos um ano no mínimo de filiação.
Em relato feito pelo próprio Borgerth, no Boletim do Fluminense de junho de 1952, ele cita que o primeiro obstáculo foi vencido quando o Fluminense arrendou por quantia irrisória seu campo ao CRF e o segundo foi conseguido com a grande influência de Mario Pollo na Liga, que conseguiu a alteração do regulamento, permitindo o Flamengo já disputar o Campeonato de 1912, vencido na versão da Liga pelo Paysandu e pelo Botafogo na Associação de Football do Rio de Janeiro.
Desta forma ocorreu a transferência definitiva de nove jogadores titulares tricolores – do time campeão de 1911 – para o rubro-negro. No primeiro Fla x Flu da história, que depois viria a se tornar o clássico mais tradicional do futebol brasileiro foi disputado no dia 7 de julho de 1912, nas Laranjeiras. De um lado, com a nova camisa do Flamengo, o time dias antes Campeão Carioca. Do outro, os reservas do Fluminense transformados em titulares com as exceções de Oswaldo Gomes e James Calvert, que já eram titulares anteriormente. O resultado não poderia ser diferente. A alegria e o delírio explodiram nas Laranjeiras com a comprovovação em campo da supremacia de nosso clube: Fluminense 3 x 2 Flamengo. A vingança tricolor havia se concretizado e solidificava-se o mito de clube vencedor.
1931: O terreno da sede da Gávea é cedido pela prefeitura do Rio. Até os dias atuais o clube ainda não possui um estádio próprio, e o terreno continua de posse da prefeitura.
O decreto municipal nº 3.638, publicado em 14 de novembro de 1931, oficializava a cessão por aforamento perpétuo do terreno pela prefeitura (sob o mandato do interventor federal Pedro Ernesto Baptista) ao clube, concedendo o domínio útil da área para o desenvolvimento de atividades desportivas. Pouco menos de um ano depois, em 25 de setembro de 1932, o Flamengo fazia sua última partida no estádio da Rua Paissandu, goleando o Sport Club Brasil por 5 a 0. E em 1º de janeiro de 1933, o local voltava à posse da família Guinle. Enquanto isso, o Rubro-Negro se movimentava para iniciar as obras do novo palco. Em dezembro daquele mesmo ano de 1933, José Bastos Padilha, presidente rubro-negro, pagou taxa de 497 contos de réis (uma pequena fortuna para a época) à prefeitura para viabilizar o início das obras, e logo no início do ano seguinte, o terreno era murado, conforme obrigação do decreto.
1933: Último colocado do campeonato estadual na época.
Um dos donos da federação carioca, o Flamengo vivia uma turbulenta crise administrativa e possuía um time de futebol pífio. Apesar da vergonhosa campanha, o Flamengo não foi rebaixado na LCF (liga na época disputada pelos grandes do Rio) assegurado pelo regulamento que não previa descenso de nenhuma equipe.
1976: Único clube do Rio sem nenhum título de expressão.
Já passados mais de 80 anos de história, os únicos títulos do Flamengo eram de âmbito estadual.
1977: A mídia escolhe o time de Roberto Marinho como ferramenta de alienação da grande massa durante a ditadura militar. Walter Clark, o Mago da Rede Globo, assume a vice presidência do Flamengo e começa a alienação de forma massiva, aliada a títulos duvidosos.
Durante a ditadura os militares viram a necessidade de criar massas alienadas para serem melhor manipuladas pela Rede Globo( TV recém-criada pelo governo e seus jornais oficiais). Como o Futebol era a grande paixão nacional, a ideia foi engrandecer determinados clubes de futebol para que fossem queridos pela massa menos culta (o "povão") não só do eixo RJ-SP, bem como todo resto do país, de forma que a alienação fosse disseminada de forma mais efetiva. Roberto Marinho dono da emissora e fanático torcedor rubro-negro não teve dúvidas de que clube seria esse.
Daí nasceu o mito da "nação rubro-negra". Walter Clark - que comandou a Globo por 12 anos (de 65 a 77) - saiu de lá para ser vice-presidente do Flamengo em 1978.
De cada 3 jogo exibidos pela emissora 1 era do Flamengo. De acordo com relatos de funcionários, as câmeras era obrigadas a mostrar a todo momento a "festa" da ainda pequena torcida que começou a se multiplicar.
Armando Nogueira, que comandou por 25 anos o jornalismo da emissora, contou no SporTV que os narradores eram obrigados a gritar mais alto nos gols do Flamengo e diminuir nos dos outros clubes. Os comentaristas eram advertidos a esconder os defeitos e aumentar as qualidades dos jogadores.
1980: O primeiro título de expressão vem com ajuda de arbitragem prejudicando o Galo na decisão.
Em seu primeiro título brasileiro, o Flamengo venceu o Atlético Mineiro por 3x2 em um jogo marcado por polêmicas. O árbitro José Muniz de Aragão expulsou TRÊS JOGADORES do Atlético MG durante a partida. Um deles, inclusive, o craque do time atleticano, Reinaldo, levou o vermelho (já tinha um cartão amarelo) por passar em frente a bola numa cobrança de falta do Flamengo. Sem razão e sem cabimento numa final de campeonato. Minutos antes, um impedimento mal marcado havia prejudicado o time mineiro.
1981: A Libertadores roubada, o caso José Roberto Wright.
José Roberto Wright, árbitro reconhecidamente rubro-negro, que na Libertadores de 1981 expulsou cinco jogadores do Atlético Mineiro e deu a vitória ao time carioca sem que este precisasse marcar um gol sequer. O Flamengo seguiu firme na competição e acabou conquistando o seu único título na Libertadores.
1982: As vítimas são Sport nas quartas e Grêmio na final do Brasileiro.
Na terceira fase do Campeonato Brasileiro de 1982 o Flamengo jogou o mata-mata com o Sport. Depois de vencer no Maracanã por 2 a 0, o time carioca só seria eliminado se perdesse por dois gols de diferença no Recife. E perdia por 2 a 1 quando sofreu o terceiro gol, legítimo – anulado pelo árbitro Oscar Scolfaro (guarde bem esse nome). A alegação é de que a bola tinha saída antes.
Grêmio e Flamengo se classificaram para a final do mesmo Brasileiro de 1982. No primeiro jogo da decisão, no Maracanã, houve um empate de 0 a 0. Na partida de volta, no Olímpico, o Flamengo vencia por 1 a 0 quando Andrade tirou com a mão uma bola que entrava no gol carioca, e seria o empate. O árbitro diz que não viu a “cortada” de Andrade. Detalhe: o juiz era o mesmo Oscar Scolfaro que tinha roubado o Sport em Recife.
Fonte: Odir Cunha
1986: É descoberto o esquema de compra de árbitros e adversários no Flamengo, denunciados por pessoas do clube, mais conhecido como as PAPELETAS AMARELAS, coincidentemente no período que o clube ganhou seus principais títulos.
Em 1986, um episódio colocou a credibilidade do Flamengo em dúvida. O conselho deliberativo do clube deu falta de 300 mil cruzados. E graças a recibos na cor amarela, que deu nome ao caso, surgiu a suspeita de que a gestão de George Helal repassava dinheiro a árbitros e a outros clubes. O escândalo também envolvia o vice-presidente de Finanças, Joel Tepet, e o vice de Esportes Amadores, Léo Rabello.
Pressionado, Helal foi obrigado a dar explicações. A versão inicial sustentada é a de que o dinheiro foi gasto com suborno a árbitros do quadro da Federação Carioca, como "legítima defesa nas finais do Campeonato Carioca". Depois, Léo Rabello afirmou que o dinheiro havia sido usado para pagar atletas profissionais e amadores. Uma terceira versão surgiu da boca de Helal, que a quantia foi repassada aos clubes menores, como "doping positivo". A intenção era fugir de uma punição maior em caso de condenação no tribunal esportivo. O presidente da federação na época, Eduardo Vianna, o famoso Caixa D'Água, afirmou "Safe-se da eliminação (banimento) que eu seguro os clubes pequenos". No fim das contas, Helal não apenas se safou da eliminação, como também não recebeu nenhuma punição, até porque nada foi provado. Parte do dinheiro acabou devolvido aos cofres do Flamengo, e a chapa de Helal perdeu as eleições no fim do ano para o grupo de Márcio Braga.
Fonte: Escrevendo Futebol
1987: O clube descumpre o regulamento do campeonato brasileiro e se declara campeão com ajuda da mídia, a punição era o rebaixamento segundo as normas da CND, vigentes à época.
Para 1987, os clubes com mais torcida do Brasil, os chamados clubes mais tradicionais fundaram o Clube dos 13. Além dos chamados 12 grandes clubes brasileiros (Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco), o Bahia também foi chamado para a fundação da entidade, que se organizou para criar um Campeonato Brasileiro mais rentável em 1987. Assim, a entidade criaria um novo torneio.
Foram convidados Coritiba, Goiás e Santa Cruz para um torneio de 16 clubes em 1987, nos moldes do Campeonato Italiano, mais rico torneio na época. Contudo, a CBF não concordou com os moldes do torneio, que deixaria de fora outros clubes tradicionais do futebol brasileiro, incluindo clube que havia conquistado, no campo, o direito de disputarem o Brasileiro, como o Guarani, vice-campeão em 1986 e o América-RJ, quarto colocado do torneio naquele ano.
Assim, a CBF, a fim de viabilizar um torneio mais justo, resolveu criar um torneio em módulos, para não inflar o torneio. Assim, o torneio seria disputado nos Módulos Verde e Amarelo (Primeira Divisão) e Azul e Branco (Segunda Divisão).
Acontece que CBF e Clube dos 13 não entraram em um acordo e aí começa toda a confusão. O Campeonato Brasileiro de 1986 não foi levado em conta pelo Clube dos 13 na disputa do torneio de 1987. Assim, Guarani (2° em 1986), América-RJ (4°, em 1986), Criciúma (9°, em 1986), Portuguesa (11°, em 1986), Internacional de Limeira (12°, em 1986) e Joinville (14°, em 1986), por exemplo, disputaram o Módulo Amarelo, enquanto Internacional (17°, em 1986), Santos (19°, em 1986), Goiás (23°, em 1986), Santa Cruz (27°, em 1986), Botafogo (32°, em 1986) e Coritiba (44°, em 1986) estavam no Módulo Verde, por exemplo.
Após a disputa dos módulos, o Flamengo venceu o Módulo Verde em cima do Internacional, com Atlético-MG e Cruzeiro eliminados nas semifinal. A Bola de Prata, por exemplo, levou em conta apenas os jogos disputados neste módulo, com as equipes “maiores”.
Já o Módulo amarelo teve uma divisão de título entre Guarani e Sport, após empate em 11 x 11 na disputa de pênaltis, com Bangu e Atlético-PR eliminados na semifinal.
A CBF, contudo, estabeleceu que para definir o campeão Brasileiro de 1987, fosse disputado, entre janeiro e fevereiro de 1988, um quadrangular entre Sport, Guarani, Internacional e Flamengo, campeão e vice dos dois módulos. Com apoio do Clube dos 13, Flamengo e Inter se recusaram a disputar tal quadrangular. Já Sport e Guarani jogaram. Como no dia 31 de janeiro, Sport e Guarani emparam em Campinas por 1 x 1, e no Recife, no dia 7 de fevereiro, o Sport venceu por 1 x 0, o Sport foi declarado campeão e disputou a Copa Libertadores de 1988.
Após muita disputa, a CBF definiu que Flamengo e Sport foram campeões de 1987. Em 2014, o STJ decidiu que o Sport foi campeão daquele ano.
Fonte: Revista Placar
1995: No ano do centenário, o clube terminou entre os 4 últimos e só não foi rebaixado porque a CBF mudou de 4 para 2 os clubes que cairiam na penúltima rodada do campeonato. O clube carioca estava matematicamente rebaixado.
O ano de 1995 não é de boas lembranças para a torcida do Fla. Comemorando seu centenário e com um elenco recheado de estrelas, como Romário, Sávio, Edmundo e Branco, o clube fez uma campanha patética no Campeonato Brasileiro, ocupando as quatro últimas posições da tabela, juntamente com o Vasco. Foi salvo graças a uma mudança no regulamento, que passou a rebaixar apenas os dois últimos clubes (Paysandu e União São João)
2002: Tem jogador escalado irregularmente e não perde ponto.
O volante Wendell admitiu ter atuado irregularmente pelo Flamengo durante o Campeonato Brasileiro de 2002. Ele reconheceu que as pessoas que assinaram a sua rescisão de contrato com o Ceará não tinham a sua autorização para isso. A comprovação da irregularidade poderia provocar o rebaixamento do clube carioca e abriria um precedente para uma virada de mesa.




